X-Men 1963


A nova moda na lacrolândia é dizer que não é possível reclamar de lacração em X-Men porque X-Men já era woke quando surgiu em 1963. Nada que esteja menos certo pode estar mais errado, já que poucas coisas no universo são mais anti-woke do que X-Men.

Xavier é escuramente inspirado em Martin Luther King, famoso defensor do conceito de color blindness, que em inglês significa daltonismo, a incapacidade de enxergar certas cores. Color blindness é a ideia de que cor de pele é irrelevante para julgar um indivíduo, portanto uma sociedade livre de racismo é aquela em que indivíduos não enxergam cor. O conceito foi incessantemente martelado na cultura no milênio passado, e X-Men é um dos múltiplos artefatos midiáticos em que podemos observar essa ideia anti-racista sendo transmitida. 

O problema é que cultura woke considera color blindness racismo, e prega o conceito de color awareness (consciência de cor), que literalmente quer dizer que devemos julgar os indivíduos com base na cor de pele. Afro-ativistas woke defendem abertamente discriminação e segregação racial, e até mesmo a ideia de que miscigenação racial é racismo, já que promove apagamento do povo negro. Esse é precisamente o inverso da mensagem de Luther King e os valores que inspiraram os X-Men.

A definição de racismo também não é a mesma que existia em 1963, já que para wokes hoje, racismo é a combinação de discriminação mais poder de classe. O problema é que mutantes - as vítimas de preconceito - são a classe com poder. A história inteira gira em torno de Xavier tentando impedir Magneto de mobilizar os mutantes contra os humanos, já que, se isso acontecesse, a raça humana seria extinta. Em outras palavras, não é possível para wokes dizer que a história gira em torno de racismo, pois de acordo com a definição woke de racismo, humanos - os que pregam preconceito contra mutantes - não podem ser racistas.

Na história, de acordo com a cultura woke, Xavier é o racista, pois prega a ideia de "mutant blindness", enquanto Magneto é o defensor do "mutant awareness", decidido a cancelar a raça humana para cobrar a dívida histórica e promover justiça social mutante encerrando o ciclo da supremacia sapiens no planeta. Wokes se identificam com X-Men porque acham que são o Xavier, mas a dura verdura é que são na realidade defensores da agenda de Magneto, o ativista woke da história.

Nada disso importa, pois a verdadeira e fundamental razão pela qual os X-Men são uma história anti-woke está no nome. Até a última vez que chequei, o nome do grupo é X-Men, e não X-Them. Trata-se de uma equipe de men composta por vários men e várias women. Esses heroicos super-heróis são os anti-woke roots, e já saíram de fábrica finamente projetados para provocar gatilhos histéricos e vários curto-circuitos no cerebrinho da lacrolândia politicamente surtada.

Surtar e engatilhar, como sempre, não adianta nada, pois X-Men vai continuar não sendo uma história woke. Para os que não conseguem aceitar os fatos, meu conselho para tratar a dor no capitão rugas é ingressar na seita: a seita que dói mais. 

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