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Mostrando postagens de janeiro, 2023

The Past of Us

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  Tudo é lacração é a versão reversa do tudo é machismo, racismo e homofobia. Se o seu diagnóstico é lacração toda vez que você vê protagonismo gay no cinema, por exemplo, já sabemos que seu problema não é com lacração, e sim com protagonismo gay. Há um grande número de fiscais de cool no armário por aí, escondidos atrás de uma pretensa crítica ao identitarismo e a politização da sexualidade no cinema, mas como identificar esses indivíduos? Um reboot de Alexander viria a calhar. O filme de Oliver Stone contém um caliente affair entre Colin Farrel e Jared Leto, então se gritar lacração já sentou na jaca. A produção é de 2004, antes do identitarismo polarizar a política americana e quase uma década antes de se espalhar como virose bacteriana cancerígena em Hollywood, então a única lacração que pode ser encontrada em Alexander é aquela que o fiscal inventou para camuflar sua tara fiscalizatória. Antigamente as coisas eram mais simples, e a única coisa exigida do fiscal era fiscalizar o co

It's a Trap!

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  A discussão sobre mulheres trans em espaços femininos como banheiros, presídios e competições esportivas é em grande parte suportada hoje pela presunção de que mulheres trans são mulheres. Sendo o caso, negar a mulheres direito de acesso automático a espaços femininos seria não só um contrassenso como ato de transfobia, sem prejuízo das acusações de misoginia, homofobia, bifobia, panfobia, racismo, capacitismo, classismo, sexismo, monossexismo, heterossexismo, antissemitismo, etnocentrismo e mais uma lista de preconceitos tão monumental que quando eu acabar você vai estar plenamente convencido de que louro é canário, pônei, borboleta ou qualquer outra coisa que ele queira papagaiar.  Mas afinal, mulheres trans são ou não são mulheres? Bem, como diria o almirante Ackbar: it's a trap! Mulher trans, como toda mulher, não é obrigada a nada, portanto pode ser o que quiser, seja por declaração, homologação, lacração ou graça de Frida. Isso não muda muita coisa, se é que alguma coisa mu

Ultra Agadê Plãs

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  Graças à Key Alves no BBB, a página Queervoir ultrapassou a marca dos quatro mil seguidores, finalmente obtendo a certificação Ultra Agadê Plãs 4K. Você sabe o que isso significa? Nada. Não fiquei mais bonito com isso, minha conta bancária não aumentou um centavo e meu pinto continua do mesmo tamanho.  Nada disso importa, pois nunca dei valor a frivolidades como dinheiro e beleza, coisas que carecem de real significado. Pinto maior, entretanto, até que viria a calhar. Não que eu precise, é claro, mas sempre é bom ter uns centímetros a mais sobrando para o caso de alguma eventualidade. Há um sem número de mulheres por aí que abandonam seus parceiros porque eles têm pinto pequeno, mas você já viu alguma abandonando alguém por causa de pinto grande? Claro que não, e nem é bom que abandone mesmo.  Sabe o que a mulherada faz quando descobre que há um pintão carente de carinho disponível na área? Não sabe, né? Ok, não se desespere. Não é porque você não tem pintão que isso significa que te

BBB 23

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  Na edição desse ano do BBB, como esperado, a Globo priorizou a representatividade. Os participantes representam com fidelidade a cútis do povo brasileiro, no caso, a cútis do povo brasileiro padrão global: gente jovem, livre de deficiências, esbelta, estética e economicamente privilegiada. São também representantes dazelite intelectual do país, o que os habilita a falar asneiras com aquela empáfia de quem tem cultura suficiente para não saber que não faz a mínima ideia do que está falando. Super tendência hoje em dia, especialmente nas redes sociais. A produção investiu pesado em diversidade também, então há uma grande diversidade de pessoas totalmente homogêneas na casa, todas com o perfil que a Globo precisa para vender reality show para o povão farofeiro.  Confesso que não comecei a ver o BBB23 ainda, mas estou acompanhando pelas redes e periódicos. Pelo que consegui entender, o que aconteceu de irrelevante na casa até o momento é mais ou menos o que segue, mais para menos do que

Mulher de meia idade branca

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Olhe com atenção o perfil típico das Dinizes inoculando veneno ideológico nas redes sociais: mulher de meia idade, branca, o corpo da feminilidade ressentida. Um dos dramas desse grupo demográfico é sua paranoia pseudointelectual combinada com a ciência da própria irrelevância. Para compensar a ausência de qualquer substância ou talento que lhes garanta holofotes, a saída é destilar ódio contra branquitude e masculinidade.  Das várias análises possíveis sobre a invasão de Brasília, Dinizes são incapazes de emitir a qualquer coisa além da mais previsível, racista, sexista e incompetente de todas: tudo o que eu não gosto é branco e masculino. A farofa exige não mais do que capacidade mental de chatbot da Magalu para ser produzida, e tem grande aceitação no mercado. Fácil, prático e descomplicático. Devemos reconhecer que o método é funcional, e têm funcionado para fornecer a sensação de que o que você tem a dizer é digno de nota ao grupo demográfico das mulheres de meia idade, brancas, o

Amor Karnal

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  Sempre desconfiei do Karnal, um São Leopoldinense nascido no mesmo país que eu, o Rio Grande do Sul. Esse gaúcho sempre escondeu bem sua gauderidade, mas seu jeito desconstruidão, seus modos cultos, refinados, e aquela careca de Tio da Sukita calvo nunca me enganaram: tem jeitinho de quem curte pessoas mais jovens sim. Minha suspeitas se confirmaram quando ele anunciou¹ que deixou de ser Mário e saiu de trás do armário para oficializar sua relação com Vitor Fadul, 32 anos mais novo, diferença de idade maior que a que tenho com meu pai. Os pombinhos estão juntos há quatro anos, o que significa que se enamoraram quando o boy tinha apenas 23 aninhos.  Esse é o momento em que o pessoal do Matraca Livre, Todas Fritas, Fabricando o Tabu e Mijaem Ninja vão me acusar de discurso de ódio homofóbico e etarista, então já vou fazer minha pergunta de praxe e pedir para que apontem onde no meu texto você enxergou essas coisas. Embora já tenha feito essa pergunta muitas vezes em outras ocasiões, ja

Make Brazil Great Again

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  Já faz uma década que tenho acompanhado quase que exclusivamente o cenário americano, já que tudo o que acontece na Banânia parece ser um eco retardado do que acontece por lá. Eco retardado é redundância, pois todo eco ocorre com retardo, mas usei a expressão na forma não redundante, if you know what I mean, Minduin.  Por eras, Coxinhas e Mortadelas coexistiram em relativa harmonia, mas bastou Republicanos e Democratas se engajarem em histérica polarização nos EUA durante a era Trump para que pouco depois a polarizosfera brasileira surgisse. Amigos se separaram, famílias se dividiram, contatos foram bloqueados no Face e hordas de polarizominions emergiram da escuridão para se estranhar freneticamente.  Nos EUA, manifestantes invadiram o Capitólio em 2021 para protestar contra a derrota de Trump, então a invasão do Congresso² por Bolsonaristas é eco³ que já foi cantado em maio de 2022. Já sabemos o resultado da manifestação nos EUA, então só o que nos resta agora é aguardar a faísca a