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Mostrando postagens de dezembro, 2022

Thanks Cruise

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Demonizar o próprio consumidor é prática comum em Hollywood hoje. Certamente você já viu o público de cinema sendo acusado de racismo, machismo ou algum outro ismo quando uma produção falha, mas já viu algum dos acusadores agradecendo aos acusados quando ela é bem-sucedida? Escuro que não, pois na cultura woke do ódio do bem, ninguém marca pontos por demonstrar qualquer outra coisa que não seja ódio pelos grupos odiados.  Acompanhando a tendência reversa durante salto de pára-quedas realizado para gravar cena do novo Missão: Impossível,  Tom Cruise enviou uma mensagem¹ ao seu público:  "Obrigado por apoiar Top Gun: Maverick. Como sempre, obrigado por nos permitir entreter vocês. É realmente a honra de uma vida". Trata-se de uma peça publicitária realizada para a Paramount+ com fim de promover o lançamento de Top Gun: Maverick no streaming, mas acredito sinceramente que ele está sendo sincero, e a cena não é só encenação. Ainda que fosse, isso não faria muita diferença, da mes

Blue Lives Matter

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  Diversidade é uma indústria pujante e em franca expansão nos EUA, onde vários acadêmicos, ativistas, consultores e outros parasitas sobrevivem de catar piolho em cobra e achar pentelho em ovo. É mais do que previsível, portanto, que a patrulha iria detectar racismo, apropriação cultural e outros pecados eurocêntricos heterossexistas em Avatar:The Way of Water.  De acordo com a regra erudita fabricada pela diversocracia acadêmica, racismo regula todas as relações sociais, portanto a pergunta é não se racismo está presente no novo Avatar, mas como ele se manifesta. Conforme veredito técnico¹ da patrulha, o filme de James Cameron é culpado de blueface, um crime bárbaro em que atores brancos são contratados para fazer o papel de POCs (people of color). Esse é o momento em que me lembrei de uma piada racista do milênio passado, em que um white American entra no ônibus na época do apartheid nos EUA e declara que agora não existem mais passageiros negros nem brancos: eram todos azuis. O res

Tinda Finger

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  Circula nos círculos androsféricos estatística que joga por terra a famosa regra dos 80/20, que diz que nos apps de paquera 80% das mulheres está atrás de somente 20% dos homens. De acordo com dados recentes¹, mulheres dão like em apenas 5% dos perfis visualizados, comprovando que não há o que não está bom que não possa ficar mais pior. O macho médio no Tinder tem que, em média, dar 6.000 swipes para conseguir uma única oportunidade de pagar sushi, que obviamente não vem com nenhuma garantia de que vai rolar kétchy, que dirá um relacionamento. Homens são bem menos seletivos nos apps, e dão like em 53% dos perfis visualizados. Menos seletivo é eufemismo, pois um sujeito que aceita encontro com metade das mulheres que enxerga online já está totalmente desesperado e topando qualquer encrenca. Quicou na área é bola pra dentro, mano. O que se mover ou fizer sombra você chuta, sem olhar pra trás e sem pensar meia vezes: goooooooool!!!! Brasil, ziu, ziu! Observe que esses 53% é a média, por

Com Carimbo

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  As manas estão viralizando um artigo¹ em que uma menina descobriu que, se carimbar no pescoço uma marca que simula um chupão, aquilo mantém machos inconvenientes afastados na academia. O objetivo da matéria é demonizar homens, que supostamente respeitam mais um homem imaginário do que uma mulher real, pois se afastam de uma mulher assim que detectam que ela não está disponível, clássico exemplo de masculinidade tóxica. A cura para a masculinidade tóxica supostamente consiste em adotar comportamentos mais femininos, portanto é possível concluir com segurança que, quando um homem descobre que seu crush já é comprometido, o comportamento ético, correto, belo e moral a adotar é fazer como as meninas e ficar mais interessado no seu alvo, e não menos. Uma das experiências mais desagradáveis que já tive na vida é estar acompanhado em uma festa e notar que várias mulheres estão me olhando, coisa impossível de ocorrer quando estou sozinho, ocasião em que elas fazem questão de deixar claro que

You know nothing, Jon Snow

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  Meninas no Twitter: "prato disputado demais a gente deixa para quem tá passando fome". As mesmas esfomeadas nos apps de fast-rola: match só em meia dúzia de heteros top ultrarrodados e überdisputados que têm tanto sexo à disposição que já estão começando a ficar com nojinho até do cheiro da perseguida.  Não satisfeitas em selecionar literalmente a dedo um homem que é a nata da exceção dos fora da curva entre os casos raros, ainda não dão no primeiro encontro porque conseguiram achar defeito no bofe: a sobrancelha é tortinha pro lado errado, o sapato não combina com a cor da BMW, tentou explicar coisas pra mim, não quis pagar a conta do sushi, não rolou química, o volume visível não foi avistado, etc. Pode isso, produção? Claro que pode. Tudo vale a pena quando a distância do the wall não é pequena. Neste momento você deve estar se perguntando o que é esse tal de volume visível não avistado. Ora, you know nothing, Jon Snow¹. Tamanho de rola nunca importa, desde que não seja
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 Se você não existisse, que falta faria? O filósofo Mario Sergio Cortella analisa a questão em livro que não vou ler, pois não me faz falta. Ainda assim, filosofei sobriamente sobre essa profunda indagação filosófica, e depois filosofei mais profundamente já não tão sóbrio - pois essa é a parte mais divertida - e concluí ebriamente que o que eu gostaria mesmo na minha falta é não fazer falta.  A vida já é tão cheia de ausências, carências, reticências e abstinências, que penso que o melhor a fazer seria não protagonizar mais uma tragédia justo no momento em que não estarei presente para assumir sua autoria. Eu com certeza não sentirei minha falta na minha falta, então nada vejo além da desnecessidade de causar a outrem qualquer aflição quando ser for algo que já não mais sou. Estava tudo indo muito bem até que um leitor, sentindo a minha falta, me perguntou se eu estava tendo algum bloqueio literário, momento em que percebi que meu plano havia naufragado. Não que eu tivesse um, mas se