Queervoir

O mundo está cheio de coisas óbvias que não conseguimos ver até que alguém tenha uma inspiração e descubra o que está na cara. Um mero clips é de uma simplicidade franciscana, mas foram necessários séculos de existência de papéis soltos por aí até que alguém se desse conta do óbvio.  Houdini foi um famoso ilusionista que descobriu uma dessas coisas mágicas a respeito da realidade. Ele achou um jeito de abrir qualquer fechadura ou cadeado sem a necessidade de chaves ou ferramentas. Há uma maneira muito simples de fazê-lo. A técnica é trivial. Está lá, bem embaixo de nossos narizes, mas como pensamos em tudo, menos no óbvio, não conseguimos ver.  Penso que o Oscar Niemeyer foi como o Houdini. Ele enxergou alguma coisa muito óbvia: o segredo de destravar uma existência longa e com real significado. E é algo muito simples. Está lá, bem na nossa frente, mas como pensamos em tudo, menos no óbvio, não conseguimos ver. Oscar, assim como Houdini, descobriu algo fantástico sobre o mundo. O pro

O sujeito da direita é o Robin. Quando chega na mansão Wayne ele cozinha, lava a louça, limpa a batcaverna, lava os uniformes e cintos de utilidades. Robin tem dupla jornada. Durante o expediente normal combate o crime e, depois, cuida da casa.  O orelhudo bonitão ali no meio é o Batman. Dizem as más línguas que quando ele chega na mansão Wayne não faz coisa nenhuma, que explora o Robin, mas isso não é verdade. Além de combater o crime, Batman faz bico no escritório da Wayne Enterprises para garantir a grana extra que mantém a batestrutura funcionando, pagar o salário do Alfred, a manutenção do batmóvel, etc. Mais do que isso, ele ainda fica o tempo inteiro atento à segurança do Robin e da Batcaverna para que o garoto sinta-se sempre prodígio e sempre protegido.  Todos reconhecem a dupla jornada do Robin, mas as horas extras e o trabalho de guarda-costas full-time do Batman ninguém nota. Trabalhar nas sombras não dá muito reconhecimento. Não faz diferença mesmo, pois nem Batman nem Rob

Com quase 100kg, acho que finalmente já posso me achar gordo. O legal de ser obeso é que, como membro de uma classe oprimida, você tem certos privilégios, como sempre estar certo, por exemplo. Se alguém contestar o que você diz, é só acusar de gordofobia e correr pra galera pedir um donuts. Não que gordo faça questão de ter razão. As prioridades do gordinho são basicamente duas: emagrecer e comer bem. Não exatamente nessa ordem. Isso também não quer dizer que gordo não quer ter razão nunca. Até quer. Mas entre uma pizza e ter razão, a gente fica com duas pizzas. Photo by  AllGo - An App For Plus Size People  on  Unsplash Indivíduos rechonchudos valorizam o diálogo, principalmente durante uma boa refeição. Somos também cinéfilos. Nada como ver o último blockbuster acompanhado daquela pipoca grande na manteiga, refrigerante de 750ml e aquele MMs de 200g pra arrematar. Nem precisa mais que isso porque com certeza já jantamos antes da sessão. Turismo? É nóis. Imagine visitar todos aqueles

Sandra Bullock diz que quase abandonou a carreira de atriz ao saber o que mulheres são obrigadas a fazer para obter papéis em Hollywood. Claro que ela conseguiu atingir o estrelato invicta. Bullock é, por necessidade lógica, uma mentirosa. Ou ela fez vários testes do sofá para chegar onde chegou, ou não é verdade que mulheres são obrigadas a qualquer coisa para terem sucesso na profissão de atriz no cinema americano. Não vi até agora nenhuma atriz de renome confessando que chegou lá rodando o Carrossel da Esperança. Percebe-se que Hollywood é um covil de mentirosas contumazes. Grande parte delas são mulheres em final de carreiras fracassadas, em busca da redenção de seu passado de prostituta de luxo. A ideia é reescrever sua história de negociatas sexuais infrutíferas sob o título de “abuso”, visto que é mais fácil viver com a crença de que você é um talento desperdiçado pela tara de produtores pervertidos do que aceitar o fato de sua carreira só existiu porque só o que você tinha para