O Verdadeiro Poder da Força

 

O BBB24 mal começou e as feministas já estão à procura de uma vergonha para passar, como podemos ver no artigo empoderado do Universa, em que as manas da redação se perguntam por que homens não conseguem olhar as mulheres sem sexualizá-las. A treta teve origem na fala do brother Maycon, que disse que não quer olhar para Yasmin Brunet para não se incomodar com a esposa em casa.

A modelo usa roupas especificamente projetadas para ouriçar macho, embora jure que não é sua intenção ouriçar ninguém. O problema é a mulher do Maycon, que pode até não saber o que Yasmin está aprontando, mas sabe perfeitamente bem que, seja lá o que for, deve ser aprontado bem longe do bofe dela. Maycon também pode até não saber o que Yasmin está querendo, mas sabe que meio segundo de olhada para a bunda da modelo em rede nacional pode causar um cataclismo doméstico de proporções apocalípticas, então o ideal é manter uma distância segura. O que isso tem a ver com machismo e misoginia eu não sei, mas sei que a redação do Universa também não sabe.  

Se querer olhar mulheres é objetificá-las, não querer olhar também é objetificação de acordo com a feminista profissional Isabela Venturoza, doutoranda no Núcleo de Estudos de Gênero da Unicamp, entrevistada na matéria do Universa. Quando o indivíduo olha para a bunda da Yasmin, isso é um ato de desrespeito à mulher, mas quando vira o rosto na tentativa de respeitá-la, isso também é desrespeito.

O cerne da questão é que supostamente homens são ensinados pelo patriarcado a pensar naquilo quando olham para uma mulher, portanto a solução é curar o seu machismo tornando-os capazes de não pensar naquilo enquanto olham. É falsa, entretanto, a ideia de que homens não conseguem não pensar naquilo. Uma modelo barangopositiva plus plus size, por exemplo, pode usar a roupa que quiser na casa, ou mesmo nenhuma roupa, pois garanto que homem nenhum vai pensar naquilo quando olhar.

Como sabemos, Venturoza dirá que não pensar naquilo ao olhar uma mulher também é misoginia. Se o macho não está pensando naquilo quando olha, é porque foi ensinado a só pensar naquilo ao contemplar mulheres incluídas no padrão de beleza que o patriarcado usa para oprimir mulheres barangas só porque elas são mulheres. Um curso feminista de desconstrução da masculinidade, portanto, consistiria em ensinar homens a não pensar naquilo quando olham para mulheres no padrão, e pensar naquilo quando olham para as fora do padrão. 

Como todo plano feminista para curar machismo desconstruindo a masculinidade, nem com intervenção de Frida tem chance de funcionar. Vamos supor que, em um universo paralelo de fantasia, Maycon fez um treinamento Jedi com o professor Yoda, atingindo nível um com a Força de controle da mente. Com um poder dessa magnitude, Maycon seria capaz de sublimar os milhões de anos de herança evolucionária que transformaram seu cérebro em uma máquina de pensar naquilo e olhar a raba da Yasmin sem pensar naquilo. 

Tal poder seria inútil, pois o problema, como já vimos, é a mulher do Maycon. Se ele chegar em casa dizendo que usou o poder da Força para não pensar naquilo enquanto olhava para Yasmin, vai apanhar igual. De acordo com a cultura feminista vigente, homem é culpado até que prove o contrário. Como Maycon não pode provar que estava usando seus poderes Jedi de controle da mente na hora em que olhava para as bundas delícia da casa, ninguém vai acreditar que ele não é um macho escroto tarado que não consegue não pensar naquilo.

Por fim, devemos observar que ser incapaz de não pensar naquilo só é uma coisa escrota se você nasceu homem. Se colocarmos o Jason Momoa de sunguinha desfilando pela casa no próximo BBB, nenhuma sister vai conseguir não pensar naquilo. Tal incapacidade, na verdade, é uma forma de empoderamento feminino. Mulheres historicamente foram condenadas por serem incapazes de não pensar naquilo, razão pelo qual fazê-lo é uma tentativa de controlar o corpo da mulher, um misógino ataque à sexualidade feminina.



Postagens mais visitadas deste blog

O Fardo da Mulher Extrovertida

Calabresa Fagundes

Iara Dupont

A Casada e o Shortinho

O Mundo de Cinderela