Misoginia Mata

 


Misoginia mata porque feminismo emburrece, então não é surpresa observar que Néscias Tiburis estão tendo orgasmos múltiplos com a última pesquisa sexista sobre sexismo da ONU, que diz que 84,5% dos brasileiros têm algum tipo de preconceito¹ contra mulheres. Por falar em misoginia mata, a fonte dessa informação é a mesma que pai Lula usou para afirmar que jogos de computador são causa de violência: achismo narrativístico pseudocientífico motivado por necessidade de passar vergonha falando o que não sabe sobre o que não entende. A prática está na moda hoje em dia, e geralmente viraliza com facilidade nas redes sociais.

Precisamente por essa razão no Brasil temos a Lei Maria da Penha e de Feminicídio. Na impossibilidade de encontrar e demonstrar a tal de misoginia como fator causal de qualquer ato de violência contra a mulher, a solução é fabricá-la via ato legislativo projetado para alterar a realidade por decreto ao determinar que certos tipos de violência, independente do sexo ou das motivações do agressor, são motivadas por razões de gênero somente se vítima for mulher. 

O critério sexista e pseudocientífico da pesquisa sobre sexismo da ONU é o mesmo do legislador brasileiro: sempre que sexismo contra a mulher não puder ser encontrado, fabricá-lo contribui para construir um mundo com mais diversidade, equidade e inclusividade. Como é de praxe em estudos desse tipo, não só a maioria dos itens que compõe a pesquisa não demonstra a existência do que se pretende demonstrar como nenhum deles apresenta evidências de que a população pesquisada é misógina. Sexismo e misoginia, não custa lembrar, não são sinônimos. Os dois conceitos não são nem remotamente assemelhados, mas se você está no ramo de adulteração da realidade via fraude intelectual e estatística, violentar a linguagem para adequar os fatos à narrativa é prática recomendada por 115,32% dos especialistas na área.

De acordo com o fraudulento e sexista estudo da ONU, 39,91% das pessoas têm  preconceito de gênero por acreditarem que mulheres não são tão boas políticas quanto homens. O número de pessoas que acreditam que homens não são tão bons políticos quanto mulheres não é informado, até porque esse dado é metodologicamente irrelevante em uma pesquisa sexista sobre sexismo. Em pesquisas sobre preconceito de gênero projetadas para promover preconceito de gênero contra homens, a opinião de que algum dos gêneros é melhor que o outro em alguma coisa só é preconceito de gênero se o gênero prejudicado na pesquisa de opinião furada é o feminino. 

Sem muita dificuldade é possível constatar que a utilização de duplos critérios de gênero sexistas como esse em pesquisas sobre sexismo são prática padrão entendida como boa técnica pela burrocracia acadêmica, então para identificar fraude em uma pesquisa sobre sexismo contra mulheres basta verificar se ela foi publicada. Caso ainda não tenha sido, aí não é fraude, mas vai ser assim que publicarem.

Deveras perturbador é o dado de que 30% dos pesquisados entendem que é aceitável² para o homem bater na mulher. A informação é preocupante pois provavelmente 99,99% da população pesquisada entenderia, caso fosse consultada sobre essa questão, que é totalmente aceitável para a mulher bater no marido. Afinal, de acordo com a metodologia feministas de análise de dados estatísticos, a vítima de violência contra a mulher pode até não saber porque está batendo, mas o misógino agressor sabe muito bem porque está apanhando.

Conforme testemunhamos nas gravações feitas por Johnny Depp no caso Ambergate, a feminista média vive da presunção de que é direito inviolável da mulher encher o marido de porrada, que por sua vez tem o privilégio machista de ser obrigado a apanhar calado sem revidar. Ao menos é o que diz a legislação brasileira, que garante que uma mulher pode arrancar um pedaço do dedo do marido fora com uma garrafa sem passar um dia sequer na cadeia, mas prevê medida protetiva obrigatória de urgência à revelia da avaliação da autoridade policial e prisão caso o marido chame a agressora de Free Willy, rolha de poço, Nhonha, Gordazilla ou outro apelido equivalente capaz de tipificar crime violência gordofóbica contra a mulher. 

Como sabemos, gordofobia mata. De acordo com dados provenientes do Instituto DataBunda, mulheres que estão acima do peso morrem porque são mulheres, mas também porque não exibem o padrão de beleza exigido pelo patriarcado assassinador. Caso sejam negras, aí o racismo sistêmico e estrutural é somado à infinita lista interseccional alucinatória de causas imaginárias inventadas para explicar o letal incidente, todas fabricadas com o objetivo de  transformar alguém que morreu porque foi morto em mártir de uma campanha de marketing para imbecilizar o cidadão médio, que infelizmente conta com capacidade intelectual mediana, portanto é incapaz de se defender das lorotas profissionais que o sistema fabrica para imbecilizá-lo.

Se há algo que a pesquisa sexista da ONU sobre sexismo contra mulheres conseguiu provar, entretanto, é que, seja lá o que for esse tal de sexismo contra mulheres, ele não tem gênero, visto que é exibido em quantidades semelhantes por homens e mulheres. Isso demonstra não só que existem somente dois gêneros como comprova em definitivo que feminismo é fraude histórica, política, econômica, sociológica, biológica, estatística e também jornalística. 

Em um mundo onde as opiniões sobre mulheres são compartilhadas em mesmo grau por ambos os gêneros, aumentar o número de mulheres em espaços de poder não pode ter qualquer efeito a não ser o de aumentar a conta bancária das mulheres que se elegem para cargos políticos com a narrativa populista corrupta de que tudo vai ser diferente para mulheres quando elas forem eleitas. Justiça seja feita, homens se elegem com discurso idêntico, então nada mais há a observar a respeito desse observável e execrável fenômeno.



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