Amor Karnal

 

Sempre desconfiei do Karnal, um São Leopoldinense nascido no mesmo país que eu, o Rio Grande do Sul. Esse gaúcho sempre escondeu bem sua gauderidade, mas seu jeito desconstruidão, seus modos cultos, refinados, e aquela careca de Tio da Sukita calvo nunca me enganaram: tem jeitinho de quem curte pessoas mais jovens sim. Minha suspeitas se confirmaram quando ele anunciou¹ que deixou de ser Mário e saiu de trás do armário para oficializar sua relação com Vitor Fadul, 32 anos mais novo, diferença de idade maior que a que tenho com meu pai. Os pombinhos estão juntos há quatro anos, o que significa que se enamoraram quando o boy tinha apenas 23 aninhos. 

Esse é o momento em que o pessoal do Matraca Livre, Todas Fritas, Fabricando o Tabu e Mijaem Ninja vão me acusar de discurso de ódio homofóbico e etarista, então já vou fazer minha pergunta de praxe e pedir para que apontem onde no meu texto você enxergou essas coisas. Embora já tenha feito essa pergunta muitas vezes em outras ocasiões, jamais fui respondido, então ao fazê-la agora eu poupo o indivíduo, indivídua ou indivídue de passar vergonha. Esse pessoal, diga-se de passagem, não pode ver uma vergonha que já quer passar, mas isso não significa que tenho que ser conivente com certas taras só porque pagar mico online é o que te dá tesão.

Como nunca recebi resposta, sempre me pergunto o que é que essa galerinha woke enxerga de discurso de ódio no que escrevo, e suspeito que tenha alguma coisa a ver com o Mário. Você sabe quem é o Mário? Não sabe, né? O Mário é aquele que te fez de otário, então não adianta procurar esperançoso e saltitante atrás do armário, pois ele não está mais lá, coisa que você já deveria saber se tivesse lido meu primeiro parágrafo ao invés de ficar procurando piolho em cabeça de portador de desprivilegio capilar. 

Depois fica histérico e tem vários gatinhos porque só o que conseguiu encontrar foi um mosquitoporto carecofóbico. Para evitar que você tenha mais gatinhos, deixo registrado que já sei que portador de desprivilegio capilar é expressão a ser evitada. O politicamente correto de acordo com os fiscais de língua é pessoa com desprivilegio capilar, coisa que todo mundo já deveria estar desprivilegiado capilarmente de saber. 

O que mais me irrita com acusações de preconceito, especialmente homofobia, é que eu ridicularizo e faço humor com homofóbicos desde o tempo da Internet discada, coisa que a maioria dos que me acusam levianamente de toda sorte de leviandade nem sabe do que se trata. Muitos não têm essa informação ainda, mas a verdade é que eu sou o Van Helsing dos fiscais de cool. Você sabe quem é o Van Helsing? Não sabe, né? Van Helsing é aquele cara da música do Ney Matogrosso:

Vira, vira, vira
Vira, vira, vira homem
Vira, vira
Vira, vira, vira lobisomem (2x)

Ui, que loca! Loca no caso é o Ney, não eu. Eu sou só o S do GLS. Permaneci S quando fui vítima de inclusão reversa na troca da sigla para LGBT, mas peço por favor que me incluam fora desse tal de LGBTQ+letrinhas. Só tem fiscal de língua nessa turma, um pessoal mais chato e brega que os fiscais de cool.

Fiscal de língua acha que só porque você não usa os pronomes e as expressões autorizados por eles, você é machista, racista, sexista, transfobista e nãoseioqueista. O nome disso é preconceito, que é quando você tira do cool julgamentos pré-concebidos sobre outras pessoas baseado em critérios que você também tirou do cool.

Confesso que nunca vi gente mais preconceituosa e ignorante do que os fiscais de língua, razão pela qual até perdi a vontade de zoar fiscais de cool hoje. Zoar fiscais de língua é muito mais delícia, além de ser um dever moral de todo cidadão empenhado em zoar aquilo que merece ser zoado.

A tribo da normatização totalitária da linguagem que diz lutar contra os preconceitos, além de ser um poço de preconceitos, é homofóbica doente. Não podem ver um menino com trejeitos afeminados que já acham que é mulher. Atolam o pirralho com bloqueadores de puberdade, hormônios e fazem até cirurgia, procedimentos que são esterilizantes e irreversíveis. Caso a criança descubra na idade adulta que era só gay, e não alguém com disforia de gênero, não só vai sofrer com o arrependimento, como vai sofrer preconceito e perseguição dos fiscais de língua, que veneram transição de gênero, mas abominam gente que quer dar pra trás.

Essa criança poderia ser o Vitor Fadul. Se fosse, sua história de amor com Karnal hoje talvez não fosse possível, pois além de estéril, ele seria um rapaz com micropenes, talvez até penesless. Sei que fertilidade não é algo que o professor deve estar buscando no seu boy, mas homens têm tentado engravidar uns aos outros por milênios, ainda sem sucesso. Enquanto houver amor, entretanto, há esperança, pois tudo vale a pena quando a rola não é pequena.  

Nesse momento alguns devem talvez estar se perguntando se escrevo cool por medo de levar block dos fiscais de língua. Ledo engano. Escrevo cu sim. Escrevo cu por tudo. Escrevo até cú assento se eu quiser. O cu é meu e eu faço o que eu quiser com ele, pois enquanto tiver língua e dedo, de Zuck não tenho medo. 

Inclusive há razões para não ter sido bloqueado ainda, mas não posso revelá-las. Não posso porque não faço a mínima ideia de quais razões seriam essas, então se você souber de alguma coisa, não deixe de me avisar.

Estamos então combinados, amiguinhes? Cool: cada um cuida do seul.


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