Com Carimbo

 

As manas estão viralizando um artigo¹ em que uma menina descobriu que, se carimbar no pescoço uma marca que simula um chupão, aquilo mantém machos inconvenientes afastados na academia. O objetivo da matéria é demonizar homens, que supostamente respeitam mais um homem imaginário do que uma mulher real, pois se afastam de uma mulher assim que detectam que ela não está disponível, clássico exemplo de masculinidade tóxica.

A cura para a masculinidade tóxica supostamente consiste em adotar comportamentos mais femininos, portanto é possível concluir com segurança que, quando um homem descobre que seu crush já é comprometido, o comportamento ético, correto, belo e moral a adotar é fazer como as meninas e ficar mais interessado no seu alvo, e não menos.

Uma das experiências mais desagradáveis que já tive na vida é estar acompanhado em uma festa e notar que várias mulheres estão me olhando, coisa impossível de ocorrer quando estou sozinho, ocasião em que elas fazem questão de deixar claro que nem sabem que eu existo. Esse é o tipo de comportamento que considero desrespeitoso, acintoso ou mesmo escandaloso, pois o momento adequado para ficar me encarando com cara de louca que me coma é quando estou disponível, não quando estou no modo totó encoleirado, de focinheira e com unhas aparadas, um peludinho de madame engaiolado, regulado e vigiado, incapaz de se defender e impotente para exibir qualquer reação.  

É por essa e outras razões que conhecimentos básicos sobre a psique feminina são úteis. Sabendo que o que mulheres entendem como assédio é inversamente proporcional ao sex appeal dos homens, que aumenta quando eles estão comprometidos, é possível desenvolver um método alternativo para reduzir o assédio nas academias, que consiste em carimbar marcas de batom fake no pescoço dos rapazes.

O funcionamento da técnica, inspirada no carimbo de chupão, é bastante simples: quando o homem aborda uma menina na academia para dar dicas não solicitadas de leg press, a marca de batom irá denunciar a presença de uma perua concorrente ciscando na área. Ao perceber que o bofe já tem dona, o sex appeal do indivíduo aumenta de forma substancial, o que diminui ou mesmo elimina por completo a sensação de estar sendo assediada. Ético, correto, belo, moral, e inteiramente livre de padrões tóxicos de masculinidade, pois respeita menos uma perua desclassificada imaginária do que um gatinho real.

O ideal para causar o máximo de impacto seria carimbar uma marca de batom no Virgulino, mas se você sair de Virgulino de fora na academia para impressionar as piriguetes vai acabar preso por atentado virgulento ao pudor, então não recomendo. Carimbe-se, mas com moderação.


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