Blue Lives Matter

 

Diversidade é uma indústria pujante e em franca expansão nos EUA, onde vários acadêmicos, ativistas, consultores e outros parasitas sobrevivem de catar piolho em cobra e achar pentelho em ovo. É mais do que previsível, portanto, que a patrulha iria detectar racismo, apropriação cultural e outros pecados eurocêntricos heterossexistas em Avatar:The Way of Water. 

De acordo com a regra erudita fabricada pela diversocracia acadêmica, racismo regula todas as relações sociais, portanto a pergunta é não se racismo está presente no novo Avatar, mas como ele se manifesta. Conforme veredito técnico¹ da patrulha, o filme de James Cameron é culpado de blueface, um crime bárbaro em que atores brancos são contratados para fazer o papel de POCs (people of color).

Esse é o momento em que me lembrei de uma piada racista do milênio passado, em que um white American entra no ônibus na época do apartheid nos EUA e declara que agora não existem mais passageiros negros nem brancos: eram todos azuis. O resto da piada não vou contar para evitar block, mas penso que esse ônibus é o único lugar do planeta em que iríamos encontrar pessoas etnicamente qualificadas para fazer o papel de smurfs alienígenas em um filme de ficção científica.

James Cameron, que já esteve no Xingu² visitando tribos brasileiras, desenhou os indígenas de Avatar inspirado em tribos de todo o mundo, incluindo africanas. Ao que me consta, até o momento nenhum índio brasileiro está pedindo para boicotar o novo Avatar nas redes sociais, provavelmente porque não foram aculturados e programados para fazer tal coisa ainda. Enxergar pentelho em ovo não é uma tarefa fácil, mas é interessante observar como as toxinas ideológicas que causam o dano cerebral necessário para produzir alucinações pentelhudas se propagam não só no espaço, mas também no tempo.

Em 2009, ano em que Avatar era só um Dança com Lobos sci-fi 3D com som surround, o idiota americano médio ainda não possuía as ferramentas necessárias para enxergar o que não tem onde não existe. Nada é capaz de deter o curso do progresso, portando meros treze anos depois é possível fabricar realidades de fantasia por meio de efeitos ideológicos especiais que são indistinguíveis de imbecilidades reais que as pessoas inventam no Twitter.

I see you later, alligator.

[¹]



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