Quem nunca?


Lembro aos desatentos e alerto aos desmemoriados de que a discussão sobre quem paga a conta em jantares românticos é translindofóbica e heterossexista. É o que podemos observar na matéria¹ da jornalista translinda Jéssica Balbino para o jornal Estado de Minas.


Translinda, para os que ainda não sabem, é a mulher que se declara do gênero linda, mas como beleza é uma construção social, sua beleza é socialmente construída por dentro, pois por fora está biologicamente em desconformidade com os padrões de beleza opressores do heteropatriarcado barangofóbico. Translindas até se esforçam para fazer a transição. Compram uma roupa legal, capricham na maquiagem, vão para a academia, mas não adianta, porque na academia só tem dois tipos de mulher: a que não precisa e a que não adianta. 

A matéria de Balbino confirma o que já é largamente sabido: incels femininas, as femcels, são um não fenômeno. Transar é coisa que qualquer mulher disposta a baixar seu padrão consegue, já que para elas é mais fácil conseguir sexo do que um convite para jantar.  É o drama de Balbino, que, aos 37 anos, embora não seja celibatária, nunca recebeu um convite para um jantar romântico. Encontros para ela iniciam nos finalmentes e terminam por ali mesmo.

É por isso que eu digo para os meninos: valorizem o seu pastel. Não precisa nem bancar um, basta dividir o valor e dar para a sua amada a metade maior, pois um gesto romântico e cavalheiro desses já vale no mínimo um kétchy caprichado. Se ela disser que não, é só mostrar a matéria da Balbino, que não ganha nem mesmo um cafezinho antes de liberar a pepeca, que dirá a romântica metade maior do pastel.

Toda essa histeria em volta da obrigação de pagar o jantar, portanto, não passa disso: histeria. As viuvinhas do patriarcado estão surtadas porque a conta da revolução sexual chegou. Elas sempre surtam quando descobrem que alguma conta chegou, mas o Xerecard foi cancelado. 

A dura verdura é que estamos na era dos apps de tele-sexo, então obrigação de pagar jantar inexiste, não passa de delírio nostálgico de um passado analógico que não volta mais. O que existe no momento é obrigação de liberar a xereca caso aceite um convite para dividir a conta do jantar romântico. Pode até não liberar se quiser, mas a vizinha libera, suas amigas peruas liberam, há várias piriguetes por aí liberando, as translindas estão em desespero para liberar, então se sua fama de mulher antiliberal se espalhar, em breve nem convite para comer pastel vai receber.

Esse assunto, como já dito anteriormente, é heterossexista, já que, quando pessoas do mesmo sexo se encontram em um jantar romântico, não existe entre elas qualquer outra regra que não seja a de dividir a conta, independente de quem fez o convite, do quanto você está gastando para se produzir, ou de qual desculpa furada você está usando para justificar seu injustificável desejo de ser merecedora de coisas grátis pelo simples fato de ter nascido com uma vagina. 

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