A Billion Wicked Thoughts

 


De acordo com o meme popular fabricado por Luiz Felipe Pondé, feministas não entendem nada de sexo, mas estou começando a desconfiar que isso não é bem verdade. Suspeito que na realidade entendem, mas se fazem de Sonza para dar o golpe nos Whinderssons, digo, nos patos otários.

Mulheres evidentemente sabem o que acende sua libido, mas isso não é necessariamente um segredo para homens. Não só é de conhecimento público o que mulheres consideram erótico desde a época das cavernas, como essa informação é incessantemente confirmada por toda a pesquisa que busca entender a psique sexual feminina. É o caso com o estudo publicado no livro A Billion Wicked Thoughts¹, que analisou o comportamento de milhões de homens e mulheres online, e pode ser usado para revelar o que feministas fazem no anonimato da selva digital enquanto não estão mentindo para o Pondé.

A Billion Wicked Thoughts confirma pela bilionésima vez o que os Fenícios já sabiam: mulheres têm a libido ativada por homens másculos, confiantes, competentes e dominantes, o famosíssimo, opressor e feministamente incorreto macho alfa. Entre outras informações, a pesquisa² sem surpresa também confirma que homens tem a libido ativada predominantemente pela visão, enquanto a de mulheres é mais complexa, ativada por um conjunto combinado fatores. 

O estudo revela, também sem surpresa, que o aspecto psicológico é mais relevante para a libido das meninas, que possuem atração especial pela narrativa. Por essa razão, são as consumidoras primárias de literatura erótica, o que explica o massivo e óbvio sucesso de Cinquenta Tons de Cinza. Simplificando: meninos curtem pornô, meninas curtem romance. Como dizem os gringos: shocking. 

Wicked Thoughts enumera os personagens mais recorrentes nas fantasias erótico-literárias femininas. São eles, em ordem crescente de crocância: pirata, cirurgião, bilionário, lobisomem e vampiro. Como podemos ver, nenhum bofe sensível, delicado, domado, submisso e lambedor de botinha na lista. Só os perigosões, foderosões, dominantões de mão firme e tico monstro habitam o imaginário erótico feminino. Outra vez: shocking.

Johnny Depp criou Jack Sparrow inspirado no rockeiro Keith Richards, que inclusive faz um ponta como pai de Jack na franquia Piratas do Caribe, então fica fácil entender o mecanismo que ajudou a comover a opinião pública feminina no caso Depp x Heard. Fosse Johnny um motorista de Uber, já estaria na cadeia, mas como além de pirata também tem uma banda de rock, aí é muito mel acumulado em um homem só. 

Entender o que há de atraente em cirurgiões não é muito difícil depois de saber quanto custa uma lipo mais silicone, bumbum e rearmonização facial, mas é um engano pensar que a libido feminina é ativada por dinheiro, coisa que fica evidente ao contemplar o terceiro lugar nos fetiches sexuais femininos: o bilionário. Não é o dinheiro que conta, mas sim, a atitude. Se você duvida, Simon Leviev³ está aí para provar. Com nenhuma grana no banco, autoconfiança, autoestima, boa lábia e umas fotos legais no Instagram ao lado de iates, Ferraris e jatinhos, mulheres literalmente pagam para transar com você. Não só pagam, como se apaixonam instantaneamente, pois o que importa não é ser bilionário, mas ter atitude de bilionário.

Se ainda assim você não está convencido, os dois primeiros personagens da lista não deixam dúvida, a não ser dúvida quanto ao que mulheres enxergam de erótico em lobisomens e vampiros. Não é muito difícil descobrir. O lobo mau, por exemplo, te vê melhor, te ouve melhor, te cheira melhor e ainda te come. Incrivelmente erótico, mas isso não é nada comparado a um vampiro, que te vê melhor, te ouve melhor, te cheira melhor, te come melhor e ainda te chupa.

Por certo o lobo mau também mete a cara no mato com coragem, mas tem que ser vampirão para encarar um bacalhau ao sugo com vontade, sem fazer cara de nojinho. Se lambuza todo e ainda te olha com aquela cara safada de quero mais no final. Incomodada ficava sua vó, então esqueça modess, OB e coletor menstrual. Edward vampirão é a solução, o top macho alfa, o corpúsculo definitivo, agora e for a thousand years, for a million years, forévis & Elvis, até que a eternidade os separe.

Ui, que calor! Me arrepiei tode agora. Esse meu textão está meio tenso, um pouco sério demais, então planejei terminá-lo com uma piadinha que funcionaria como alívio cômico, mas acabei me esquecendo qual era. Uma falha lamentável. Isso com certeza nunca me aconteceu antes, mas o certo é que enquanto tiver língua e dedo, de zuck não tenho medo.





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