O Padre Básico

 

Perdão, ó Deusa, pois irei pecar contra o Santo Ofício. Que Frida me elimine nessa hora em que sou impelido a zoar gostoso com as católicas feministas, pois não tê-lo feito ainda é um ato pecaminoso imperdoável em minha longa e calvária peregrinação rumo ao perdão por ter nascido homem. Desculpe, mas não foi por querer. Se tivesse sido consultado no útero, iria querer ser abortado, mas agora é tarde. O terrivel mal já está feito, e como suicidar não só é pecado, como algo bastante perigoso, pois pode ser fatal, não há nada que esteja ao meu alcance fazer além de dar muita risada dessa palhaçada.

Católicas¹ pelo Direito de se Vitimizar, para minha total falta de surpresa, não param de se vitimizar. Aleluia, irmãs, pois as manas estão convosco, e Frida se vitimiza por vós das altezas. As irmãs das manas querem Igreja sem padre, com aborto e LGBT+. Ainda tentam aplicar a velha lorota de que o patriarcado é dominação machista do forte sobre o fraco, e que o feminismo quer salvar almas do machismo democratizando poder para igualar os sexos. 

Mentir é pecado capital, irmãs, além de ser lorota, portanto o inferno as aguarda. Aquilo com que as irmãs arteiras sonham é uma ditadura totalitária feminista dentro da ICAR, onde as nazicatólicas elegem sozinhas Papisa, apitam o que quiser e homem nem rezar pode, pois macho cis hetero nas igrejas Fridostólicas é um enviado de Satanás: só serve para te tentar e depois levar uma falsa acusação de estupro na coroinha por ter tentado.

Essas irmãs estão de mimimi, gêintchy. Parem com o mimimi já e mimimirem-se no exemplo espiritual de Martinho Lutero, que assim que cismou com o Sumo por razões doutrinárias e administrativas, arriscou a vida terrena e imortal fundando uma franchising não autorizada da ICAR. O Papa achou herético, mas cara feia pra Lutero era fome, e reclamações, como de costume, é com o bispo da sua paróquia. O resultado da sua estoica bravura foi o realinhamento das relações de poder no Continente Europeu e um dos marcos fundadores de uma nova era na história do Ocidente. 

Era o mínimo que eu esperava, pois esse Martinho era gaúcho, um alemón batáta igual a outros gringos que tem aqui na Serra Gaúcha benzendo as magrelinha azeda clone de Gisele Bündchen. Hoje temos 30k+ franchisings não autorizadas, e abrir sua própria Igreja de qualquer religião de sua preferência é mais fácil que abrir empresa. Porque as irmãs não cismam com os rapazes e fundam a Igreja Católica Fridostólica Brazuca onde só elas mandam em nome de Frida?

Bem, primeiro que o sacerdócio dá muito trabalho, e passar trabalho para feministas é machismo. O que as irmãs querem é o mesmo que as manas infiéis: conseguir os mesmos resultados que homens sem precisar fazer o mesmo que eles, encíclicas de gênero, dogmas femininos, cotas para bênção, privilégios santos para meninas e bote rosa para o Paraíso. Um curso de Teologia é bastante puxado, e o vocacionado tem que sair de lá com uma série de habilidades: confiante, culto, com iniciativa, disposto a aceitar desafios, versátil, desembaraçado, boa forma física para enfrentar os ossos do ofício, oratória de primeira linha e muito charme para inspirar as fiéis todo Domingo e converter mais algumas durante a semana. 

Ora, um bofe delícia desses é o homem básico das meninas, praticamente um Rodrigo Hilbert, o mínimo que elas merecem, então se colocar a batina desse Wolverine no Tinder, ele vai conseguir seu próprio séquito de devotas e fundar sua própria seita: a seita que eu como todas. É difícil para um homem básico que faz o mínimo encarar o celibato, razão pela qual a ICAR encontra dificuldade para renovar seus quadros com homens heteros. 

Segundo informação das próprias irmãs informadas, metade dos sacerdotes são gays. Problemático, além de dramático. Mais dramático é que passar trabalho e queimar fosfato não é talento vocacional feminista, e se falar em deixar a perseguida de molho até a morte, elas preferem o Inferno. Não por outra razão, está na agenda das Católicas pelo Direito de se Vitimizar o fim do celibato, pois ficar sem pinto é machismo, além de ser um pecado.

Esse grave problema vocacional, entretanto, é só um detalhe. Difícil mesmo, para não dizer impossível, é convencer as vovós e outras devotas arteiras a ir na Igreja se lá não tem um Wolverine que justifique sacrificar seu Domingo. Para não ter que falar verdura sozinho, trago um case de sucesso da ICAR: Ricardo Esteves, um modelito de padre básico, malhado, gato, charmoso, 36 aninhos, no topo da performance, cheio do mel, que, para azar das irmãs da sua paróquia, está sendo transferido. 

As piriguetes da paróquia, evidente, estão em pânico. Foram reclamar com o bispo e fizeram até Marcha das Beatas² para alavancar o movimento Finca Esteves. Esse Esteves no mínimo tem serviço de peque e pague no confessionário da paróquia. A devota entra na salinha, peca e já paga o terço. Salva corpo e alma em uma cajadada só. Unha pura esse Esteves, então finca fácil entender os adamantiums dilemas da fé das meninas.

Como podemos ver, há muitos feminismos. Embora sejam todos muito diferentes, cada um é mais igual que o outro, portanto uma das suas muitas heresias ideológicas profanas é querer santificação sem provação, ressureição sem calvário. O que toda mana fiel ou infiel quer é subir aos céus sem ajoelhar no milho. O nome disso pra mim é pipoca. Pipoca já sabe pra que serve, né? Nem vou dizer, pois é pecado, então nem está mais aqui o pipoqueiro que pipocou. Se a curiosidade estiver pipocando muito, consulte o Esteves para receber orientação discreta, sigilosa e personalizada nos assuntos da fé.

E era esse o sermão de hoje: em nome da Deusa, da Filha e da Periquita Santa, hímen!


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