Saudades dos Fiscais de Cu


Saudades do Silas Malafaia. Esse fofo é um querido, o meu fiscal de cu preferido. Sou fã, não nego, mas também não me apego. Faz muito tempo que não faço post inspirado nele, então hoje vou fazer, pois a situação urge. Quando o sujeito tem que apelar para o Silas é porque a coisa tá russa. Está russa pois nem dizer que a coisa está russa é mais possível. Essa é uma expressão xenofóbica, politicamente incorreta, eu corro o risco do Vlad ficar Putin e vou levar Zuck por discurso de ódio contra bebedores de vodka só porque não bebo vodka.

Desde que comecei a escrever com mais frequência em 2019, sempre achei engraçado ver gente que está por aqui achando que sou da sua tribo. Isso é logicamente impossível, pois sempre houve várias tribos incompatíveis no meu feed. No início haviam até feministas, mas por alguma razão que não entendo, elas me abandonaram. Caso alguém se habilite a ir lá no Todas Fridas e Quebrando o Tabu convidar as manas para curtir minha página, sinta-se à vontade. Aqui eu acolho a todos, independente de raça, crença, nacionalidade ou qual dos 72 gêneros declara. 

Nunca chutei ninguém, pois meu espaço não é neutro, é plural. Evidente que isso me causa problemas. Tenho que aturar feministeens dizendo que odeio mulheres, mgteens dizendo que bajulo mulheres, conservateens, libetalteens, comunisteens, anarquisteens, progressisteens, todos me enchendo o saco porque eu disse alguma verdura que eles não engolem. Quando você nota que todo mundo te enche o saco, aí você tem aquela sensação de missão cumprida. Se você conhece algum grupo que não encheu meu saco ainda, me avise. Gosto de me atualizar com as novidades da hora, mas não estou no ramo de ideologizuras, e sim no de verduras. 

Até Aldir Gracindo, o Papai Smurf, me enche o saco. Reclama que sou um defensor dos direitos dos homens nutellinha que só o que sabe fazer é falar abobrinha. Errado não está, mas também não está certo. Amo Papai Smurf de paixão, mas infelizmente o MDH é só mais uma das minhas infinitas agendas, e uma delas é as abobrinhas. Sim, também defendo os direitos das abobrinhas indefesas e de todos os monstrinhos carentes de ferro, verdura, carinho e compreensão.

À exceção de amigos e conhecidos de fora da Internet, ninguém conhece minhas inclinações político-ideológicas, e nem vai. O que posso dizer é que sou fanatizado pelos valores liberais do Iluminismo Europeu, pináculo filosófico definitivo da civilização ocidental, o DNA do qual somos feitos na banda do sol poente. Sou fã, não nego, mas a esses eu me apego. Tudo que veio depois da era Moderna foram melhorias, ajustes, e algumas piorias. Estamos na era pós-moderna moderna, então se o seu assunto ainda é pós-moderinismo, precisa se atualizar. 

Tenho uma mente de mais de duzentos anos de idade, então já devo estar ficando gagá, pois não consigo entender essas abobrinhas pós-modernas modernas. No meu tempo, e isso não foi há muito tempo, o Silas ia para a TV fiscalizar o cu dos outros e opinar suas opiniáticas sobre gays. Ninguém dizia que a opinião de Malafaia mata, embora Silas seja nitidamente um homofóbico fiscal de cu de carteirinha, com diproma em teologia herética certificado pelo Méqui que o Papa jamais iria chancelar. 

Quando o Sumo Pontífice não chancela alguma coisa, ninguém está nem aí, nem mesmo os católicos. Em argentino ninguém confia, o que está correto, pois esse é o Pampa Way. Por aqui no Rio Grande, ninguém leva muita fé nos hermanos. Esses hermanos nunca me cheiraram bem, especialmente o Maradona. Fez gol com a mão? Só pode ser argentino.
 
Na época de ouro dos fiscais de cu a gente zoava com os fiscais de cu, eles faziam beiçinho, davam a opiniãozinha deles, e ficava tudo bem. Nenhum fiscal de cu era ferido no processo. O pior que poderia ocorrer é o Silas sofrer um atentado terrorista com jatos de purpurina da gangue do arco-íris eluminado. Fiscal de cu não mata. Esse negócio de Kukimata é piadinha racista politicamente incorreta com asiáticos. Não dá para fazer mais, pois o Mark vai ficar Putin e eu posso levar Zuck.

Evidente que na sociedade existem sociopatas, e se existir algum com disposição para matar um indivíduo por causa da sua sexualidade, ele estará infiltrado nas fileiras do Malafaia. Esses sociopatas com fobia homo, entretanto, são exceções. Na realidade a razão pela qual matam é porque são sociopatas, não porque tem fobia homo. Se um indivíduo matou alguém por ser gay, você se sentiria seguro perto dele mesmo sendo hetero? Eu não. Hetero sim, pato não. Alguém que é capaz de matar por um motivo torpe desses pode me matar por outro motivo torpe que não seja minha sexualidade. 

Se você pensa que esses sociopatas e psicopatas, que são as exceções, não existem em todos os pólos políticos, todas as crenças, tribos e ideologias, você está redondamente, quadradamente e triangularmente enganado. Peça perdão à Frida e arrependa-se dos seu pecados, pois você é um fóbico preconceituoso que tem preconceito com fiscais de cu. 

Tadinho dos fiscais de cu. Só o que eles fazem é teste da farinha, contagem de pregas e reclamar de Superman Bi no Twitter. E é só. Alguns até tentam cura gay, mas aquilo é um fracasso. A única utilidade da cura gay é poder fazer piadas com cura gay. Muita piada já fiz com tratamento de rebucetol intravenoso falhado que causa efeito reboot reverso. O sujeito tem uma recaída e cai por acidente em cima de algo roliço. 

Não vamos nos esquecer de que Bolsonaro, que representa o Brasil conservador, foi eleito com acusações de que promoveria genocídio gay. Onde está o genocídio gay? Bolsonaro é também homofóbico de carteirinha, mas hoje está com o discurso bastante mudado, polido e amaciado, e jamais se atreveria a falar na mídia o que falava trinta anos atrás sobre gays em programas da TV aberta, que dirá no Twitter. 

Na realidade, Bolsonaro já não fala o que falava sobre gays pouco tempo antes de se eleger presidente, pois hoje é um chefe de Estado, tem cabos políticos chave na ala conservadora gay de direita, como o saltitante e espalhafatoso Augustin Fernandez, seu apaixonado apoiador. Bolsonaro já nem tem mais tempo de afagar seu cabinho Fernandez, visto que tem problemas cabeludíssimos para resolver que provavelmente lhe custarão a reeleição. Augustin com certeza não conseguirá salvá-lo nessa covídica hora.

Alegrem-se, pois o Sapo Barbudo está vindo. O barbudinho é macaco veio, pode ser malandro e semianalfa, mas não é bobo, então está quietinho no canto dele fazendo um cursinho de autualização para aprender a falar pronome neutro, achar o clitóris, decorar o nome dos 72 gêneros e se aclimatar com outros detalhes da pós-modernidade moderna. Se for sair da toca, só vai sair na hora de dar o bote. 

Essa técnica funciona que é uma maravilha. Peguei muita mulher assim, então agora sim vou me mudar para a Itália, a terra dos meus ancestrais polenta, olhar a bunda das ragazzas e fazer fiu-fiu para elas na rua. Do conforto de uma cadeia de primeiro mundo, vou postar as novidades da minha querida, amada, idolatrada e ancestral Zoropa sobre assédio em primeira mão. Aliás, eu já poderia estar lá há muito tempo, e você não iria nem saber, nem notar a diferença.

Per oggi è tutto! Bacio sul culo, perché il mio voto è nullo.

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