Save Marta

 

O mundo do espetáculo não sobrevive sem patrocínio, o nome que fabricamos para o antigo mecenas, indivíduo que protege as artes e o saber por meio de filantropia. Modernamente o patrocínio conta com alguns incentivos, como benefícios tributários e construção da imagem de marcas. Nem sempre isso dá retorno financeiro, então a conta só fecha pois empresários também são idealistas e querem promover suas agendas de estimação, como meio ambiente, teatro, música, esportes, literatura, etc. Enfim, é uma atitude rentável, saudável e benemerente que produz ganhos para para todos, todas e todes na sociedade.

Marta desde 2018 está sem patrocínio, pois foi ideologicamente intoxicada com a ideia de que desigualdade de gênero ocorre quando uma mulher não ganha o mesmo que um homem para fazer menos que ele. Essa é minha interpretação passa pano dos fatos, coisa de idealista que quer defender as belas causas, porque o que penso que na realidade ocorreu é que Marta subiu no salto alto guloso, quis pedir mais do que vale e deu com as burras n'água. Patrocinador de futebol feminino já é um mecenas, já está pagando um plus para as meninas por amor à camiseta feminina, mas quando Marta pediu o cubo do plus ao quadrado, não levou, já que patrocinador pode até ser mecenas, mas não é maluco. 

Marta então fez o que outras feministas ao redor do mundo estão fazendo, que é tentar extorquir negócios vantajosos fazendo terrorismo de gênero: pague a quantia absurda que estou pedindo ou vou espalhar por aí que você é um machista que não apoia a causa empoleirada de Frida, e se recusa a pagar remuneração pela tabela feminista, que cobra o mesmo para entregar menos que o mesmo. Se o patrocinador cedesse e pagasse o mesmo que paga ao Neymar, por exemplo, já sabemos o que iria ocorrer. No ano seguinte Marta iria querer extorquir aumento, já que ela entende que é o Pelé do futebol feminino, uma estrela maior que Neymar. Isso é precisamente o que ocorre quando você negocia com terroristas. Não só eles começam a fazer mais reféns, como o preço do resgate inflaciona.

Imagine a Marta fechando um patrocínio para usar chuteiras Nike e depois entrando poderosa em campo usando uma chuteira com o logo da campanha Go Equal para protestar por equidade no esporte. Ia ser uma coisa mística, como um monge que joga gasolina ao próprio corpo e transforma-se em uma tocha humana para protestar por uma causa nobre. No tribunal, quando a Nike estivesse fritando Marta em óleo fervente em um processo indenizatório, ela choraria emocionada e diria que faria tudo o que fez outra vez para garantir salários iguais no esporte. Épico, cinematográfico! É claro que Marta não vai fazer isso, pois não é otária, mas sim mercenária, digo, revolucionária, então é mais fácil fazer ativismo cobrindo com o cabelo o logotipo da Nike na camisa da seleção, pois o patrocínio é da CBF, e não dela.

Marta é um furacão. Furacão, como sabemos, faze grandes estragos. Vejamos: lesou a si enjeitando negócios lucrativos em fim de carreira, transformando-se em persona non grata entre patrocinadores, o que diminui seu cachê ou mesmo inviabiliza contratos após sua carreira pois é gananciosa; faz ativismo com o bolso dos outros vandalizando o patrocínio da CBF; e mente que o futebol feminino é injustamente remunerado, o que desestimula novas atletas a perseguirem carreira e causa dano ao esporte que diz representar. Para completar o quadro, comete gafe olímpica mentindo que voltou de mãos abanando por falta de investimento nas Olimpíadas em que o Brasil faz a sua melhor campanha da história. Vários atletas brasileiros que não contam com o investimento e a visibilidade que o futebol feminino recebe trouxeram medalhas, sem mencionar a cereja de ouro do bolo: bicampeonato² olímpico² de futebol² masculino². Go Equal, garotes! 

Eu sinto muito, Superman, mas vamos ter que salvar a Marta. Para salvar Marta e todas as outras Martas, a solução salvadora é deixar que Marta se salve sozinha, já que não precisa de macho pra nada. Enfim, é uma atitude rentável, saudável e benemerente que produz ganhos para todos, todas e todes na sociedade. Se é para salvar alguém, vamos salvar ao Maradona. O jogador nunca extorquiu patrocinadores para comprar pó, nunca emporcalhou o nome do futebol argentino com mimimis ideológicos vitimistas, e só trouxe alegrias aos hermanos enquanto estava com a bola. O sujeito tem até uma Igreja³ para adorá-lo. Um santo fenômeno. 

Dieguito: cheira, mas faz.



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