Mad Max

 

Continuo online por vários motivos, que vão mudando com o tempo, mas ultimamente acho que o que me move é dar risada com teensplaining. Deve ser a idade. Chega uma hora que a única diversão que sobra é rir. No início eu me divertia com feministeen de rede social tentando explicar feminismo pra mim. Até que elas explicam direitinho. Tudo o que elas falam são exatamente as mesmas asneiras que eu já vi as americanas começarem a falar nos verões passados lá fora. Participei ativamente como ator ou observador de todos os fenômenos cyberculturais relevantes até agora, então não há nada que tenha se transformado em fenômeno aqui que eu já não tivesse visto nascer lá fora antes.

Eu vi a androsfera nascer nos EUA, e estou dentro desde que ela passou a se tornar um fenômeno cultural expressivo. No gráfico do Google Trends podemos observar a progressão mgtow nos EUA e Brasil desde 2010 até os dias de hoje. Nos EUA temos uma escalada lenta e gradual que se estende até jan/2019, quando atinge seu pico e desaba. Durante esse tempo todo mgtow era um não fenômeno no Brasil, então dispara vertiginosamente até desabar em jun/2019 em uma faísca atrasada seguida por ejaculação precoce. Desde então tenho que ouvir mgteens que chegaram atrasado na festa tentando explicar mgtow pra mim. Não sei se foi a faísca ou a ejaculação precoce o que causou o problema, mas o fato é que mgtow chegou por aqui bastante adulterado.

Americano é um povo bastante doente. Em qualquer época da sua história eles estão sempre envolvidos com alguma paranoia. No momento estão na paranoia do tudo é assédio e tudo é estupro, mas como hoje temos redes sociais, eles exportam essas doideiras para todo o planeta. Mgtows gringos também estão envolvidos em paranoia, que ocorre em graus diversos, então temos desde os que acreditam em um lento declínio do Ocidente até os Full Apocalyptical, os mgtow Mad Max. O mgtow Mad Max nem pensa em sair do país quando a coisa ficar ruim, pois quando a bolha misândrica estourar não vai dar tempo, então ele planeja fugir para as colinas viver no meio do mato. Os Mad Max ficam no Youtube aprendendo como viver off-grid, estudam artes marciais, técnicas de sobrevivência na selva e estocam equipamentos e gadgets diversos para aguardar o Apocalipse Zumbisândrico, que pode ocorrer a qualquer momento.

Por aqui o mgteen brazuca fica na rede propondo greve de sexo. Betinhas querendo fazer greve de sexo para pressionar as hipergâmicas modernetes a voltar a querer transar com eles é um nível moderado de demência, mas os que ficam sonhando que se um número suficiente de homens abandonar o casamento isso vai apavorar modernetes a ponto de fazer com que queiram reverter todas as leis misândricas podem se orgulhar de ser brasileiros. Ultrapassaram com folga o grau de demência dos americanos e atingiram o ranking Mad Max Plãs, estabelecendo um novo patamar internacional de doideira para a comunidade mgtow no planeta.

Assim que esse pessoal brazuca desperto começar a despertar para o fato de que o rolo compressor feminista não vai parar porque os homens não vão mais casar teremos o colapso da androsfera brasileira, o estouro da bolha mgteen revolucionária. Já estou me preparando para esse cataclisma. A nova onda paranoica surgindo no momento nos EUA é a Critical Theory da era Woke, uma espécie de pós-identitarismo. Sempre quando você ler pós na frente de alguma coisa, tem que entender o que significa. Por exemplo, no pós-modernismo os pós-modernos estão falando a mesma coisa que os modernos estavam falando, só que tudo esculhambado e piorado. Trocam a nomenclatura e o linguajar para ninguém notar que aquilo é plágio piorado e segue o baile.

Já estou antenado no que Republicanos e Democratas estão falando, inclusive dando uma olhada em suas fontes. Para me garantir e não dar furo, checo a fonte da fonte e aí vou checando fonte até tropeçar em Platão, que é quando paro eu fico sem saber o que fazer. Não sei de onde Platão inventa os bagulhos dele. Não sei se fumou uns cogumelo ou plagiou errado uns papiros da geração passada, só o que eu sei é que se meu chute estiver correto, estou prevendo que daqui um tempo vou ter que aturar criticalteens brazucas querendo explicar Critical Theory pra mim pois minha perspectiva posicional cisheteronormativa eurolatinocêntrica não me garante autoridade epistêmica para entender as subjetividades interseccionais de indivíduos de classes não normativas. Hilário. É pra isso que eu pago Internet. Acho que já ouvi essa conversa antes em algum lugar. Várias vezes, inclusive.

Sempre tem um pessoal me perguntando onde aprender feminismo ou querendo saber de onde tiro as abobrinhas que eu escrevo. Pois então. Esqueça o Sócrates, porque as feministas não querem saber que ele nada sabe. Elas odeiam Aristóteles e acham Platão fofinho, então comece por aí e siga adiante, leia uns resumões de Aquinas, Hume, Locke, Rousseau, Descartes, Freud, e quando tropeçar no Luís Fernando Veríssimo pode parar pois já está bom. Conseguir entender o Veríssimo não é grande coisa, mas está bem acima da média dos millenials que tem por aí. Já pode se considerar um vencedor.

A verdade é que a situação nos EUA não está muito boa, algo que a mídia local não vêm esclarecendo muito bem não sei por quê. O Black Hate Matters já sabe que a polícia não faz nada e eles quebram tudo impunemente, além de ter medo de atirar em criminosos negros para não fabricar um novo George Floyd. A criminalidade e o caos estão aumentando nos grandes centros, então já há vários americanos querendo se mudar para o interior rural onde é mais seguro. Como podemos ver, os mgtow Mad Max nem são tão doidos assim. Mais centrados que os mgteen brazuca que querem fazer greve de sexo para conseguir sexo. Enfim, aspirina, caldo de galinha, curso de sobrevivência na selva e esgoelar o bem-te-vi não faz mal a ninguém.

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