Hoje irei problematizar sobre o drama problemático e dramático da cartunista empoleirada, um ser que vaga a cartoonsfera em busca de reconhecimento pelo seu trabalho. Para a cartunista empoleirada, é um mistério por que seus cartoons não fazem tanto sucesso quanto piriguetes arteiras de Instagram, que ganham centenas de milhares de seguidores apenas para fazer selfie vestida para matar e rebocada de maquiagem. Caso tope foto de biquini, aí estamos falando de uma boiada na casa dos milhões. É muito chifre. 

Carol Ito, um exemplar característico de cartunista empoleirada, nem é tão ambiciosa assim. Quer apenas um pacote padrão musa fitness de 50 mil likeadores digitais. Mas quem não quer, não é mesmo? Para a cartunista empoleirada, algo está errado no universo quando observa que bundas são mais populares que sua arte vitimista, monocórdica e ideologicamente intoxicada. Também acho misterioso, já que os 8k seguidores de Ito são bem mais tráfego do que seria justo receber quando comparamos a bunda média de Instagram com seus cartoons.

O dramático problema das cartunistas empoleiradas é não entender o mercado de arte, onde popularidade não está necessariamente associada com qualidade, e normalmente o excesso de popularidade significa baixa qualidade. É impossível não ser assim, já que as grandes massas são seres medianos, e lhes falta a sofisticação para apreciar certos conteúdos mais elitizados. Isso não quer dizer que sua arte tem qualidade porque não é excessivamente popular, quer dizer apenas que você não raciocina muito bem e faz inferências estatísticas desastradas.

O público alvo das musas fitness e das bundas de biquini é o macho médio, então é de se esperar que esse tipo conteúdo vai atrair exércitos de gados biscoiteiros dispostos a dar atenção em troca de poder mugir em uma foto. Esse é o dramático drama que a cartunista empoleirada não entende: seu público alvo não existe, é o nicho de um subnicho minúsculo. As manadas de biscoiteiros que dão like em Instagram de piriguetes certamente não vão achar graça dos seus cartoons, especialmente porque não aparece nenhuma bunda neles. Também não vai ser popular com mulheres e terá dificuldade de penetração até mesmo no seu nicho específico, o de mulheres empoleiradas, que também está recheado de piriguetes, inclusive as com corpo alternativo em busca de validação de macho nas redes sociais.

O que temos aqui é uma mana falhando em entender o próprio privilégio de fêmea. Seus cartoons representam um ataque ao Piriguete Way of Life, que dá a mulheres o fantástico poder de monopolizar multidões de zumbis babões com um simples decote em uma selfie. É possível inclusive pagar o aluguel apenas com fotos da sua bunda no OnlyFans, então é claro que a mulherada não vai dar um tiro no próprio pé ridicularizando a própria classe por participar ou ter garantia de participação no programa Bunda da Esperança. A macharada que alegremente financia o programa da plateia idem. 

Entendo Carol Ito mais do que ela se entende. A vida é abundância fácil para quem tem bunda, e mais abundante ainda para quem tem uma bunda gostosa. Já para os que não têm bunda ou não querem se defender com a bunda, a coisa fica bem mais difícil e complicadamente complexa. Um drama dramático, empoleirático e problemático. Esse, no fim, é o drama de Carol. Ninguém jamais revelou a ela o quanto é difícil navegar o mundo sem ser menina. Isso garante que ela vai ficar extremamente traumatizada e frustrada quando tenta fazer o que provavelmente nunca teve que fazer na vida, que é provar que tem valor sem usar seu Xerecard - Uma Vagina de Vantagens.  

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