Paula, 34

 

Mulheres são autênticas até os trinta, porque quando o the wall emerge no horizonte, elas começam a passar por uma série de transformações críticas de ordem espiritual e afetiva, como podemos ver com Paula, 34, em busca de um grande amor. 

Em plena era das redes sociais, ela não está em nenhuma pois gosta de vivenciar as coisas da maneira tradicional. Para o app de tele-rola ela abre uma exceção, é claro. Esse truque é manjado. Não ter presença digital é o que ela precisa para gerenciar vários machinhos ao mesmo tempo até conseguir fisgar um. Se você é flamenguista, evangélico, casado, usa foto fake, mas tem um cartão de crédito roliço e gosta de transar sem camisinha, não se desespere nessa hora. Meninas são exigentes, mas também bastante flexíveis. A flexibilidade delas varia de acordo com a extensão da sua conta bancária. Você pode não ser exatamente o que ela estava procurando, mas também não é do tipo que se descarta facilmente. Sempre há uma chance para o amor.

Com 34 falando que não curte sexo casual, que não é mulher para uma noite de prazer, já sabemos do que se trata. Essa aí já tem um currículo de uma noite de prazer bastante longo, mas como a fila de rolas para uma noite está diminuindo rapidamente, ela precisa sinalizar que seu corpo, justo agora, virou um templo pra fazer aquela média básica com os rapazes castos, trabalhadores, ingênuos e dispostos a constituir família. Mulher, tecnicamente e modernamente falando, só existem dois tipos: as que escondem seu passado em Vegas e as que estão na zona. Na zona as meninas não tem pudor nenhum em revelar seu passado. Lá elas também entram no the wall, e por volta dos 35 resolvem que vão se apaixonar perdidamente por um cliente, que, por coincidência do destino, sempre está bem de grana. Aí elas escrevem um livro de memórias sobre suas aventuras com os clientes, para desespero dos clientes, e tudo acaba bem. Adoro finais felizes.

Mulheres são todas sapiosexuais, pois são hipergâmicas, então essa informação não agrega muita informação. Se a menina não sabe usar crase, basta saber usar crase que você já fica lindo. Não me pergunte como ela sabe que você sabe usar crase se ela não sabe, porque eu não sei. Já se for uma juíza, saber usar crase não vai impressionar, pois para ela crase é o básico. Toda mulher está atrás de um homem básico. Quando elas acham que vão conseguir fisgar algo melhor que o básico, elas atualizam suas tabelas, e aquele passa ser o padrão de homem básico, em um processo que vai até o Henry Cavill, sem necessariamente parar por aí. Tudo vai depender do quanto elas imaginam que merecem, e elas têm uma imaginação bastante fértil, especialmente por volta dos 35, que é quando elas imaginam que agora, e justo agora, elas querem se apaixonar. Um amor puro, verdadeiro e desinteressado, que por acaso acaba acontecendo justo com um cara que está bem de grana. Isso é só coincidência, é claro. Mulheres jamais usam esse critério de situação financeira para filtrar homens, mas, às vezes, acidentes acontecem.

Tá no the wall e falou que é sapiosexual, não tem erro: está atrás de um acidente. Ter atração por caras brilhantes e cultos perto dos 40 é útil, já que um cara desses provavelmente ganha um bom salário. Como é sapiosexual, falou “I am more miss independent” para tentar impressionar com uma frase que não faz muito sentido, se é que faz algum. Possivelmente uma expressão em português que ela desastradamente tentou traduzir para o inglês. Com um pouco de boa vontade, podemos entender que ela quis dizer que é uma menina independente. 

Mulheres independentes também já sabemos como funciona. Se ela é independente com um salário de 2,5 mil reais, quer um cara resolvido que ganhe 5 mil. Caso seja independente ganhando 5 mil reais, está atrás de um cara resolvido que ganhe 10 mil, e assim por diante. Independência, para mulheres, é sempre uma fração arbitrária do salário do bofe com quem ela quer casar. O importante é o homem ser um cara resolvido. Quanto mais resolvido, melhor.

Até logo, e boa sorte para quem apertar o 💚

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