Consentimento Feminista

 


Aulas feministas de consentimento para meninos são a coisa mais desonesta e sexista imaginável, então não é surpresa verificar que elas enxergam violação de consentimento em todo lugar. Consentimento é definido por feministas de forma tal que a única maneira viável que resta a homens, caso queiram sexo, é violar as regras feministas de consentimento para obter consentimento. Isso garante que consentimento é sempre coisa precária, e pode ser anulado mesmo após o ato sexual consentido. Basta a mulher decidir após o sexo que estava na dúvida sobre o seu consentimento para que ele não seja mais válido.

Segundo o empoleiradésimo periódico Femmagazine, a ausência de não não significa sim. Isso está correto. Não verbalizar um não não quer dizer que você disse sim, visto que você não disse nada. O problema é que isso também não significa que você disse não pela mesma razão. Nenhum problema até aqui, já que consentimento sexual tradicionalmente ocorre de forma oblíqua. O que está subentendido sempre tem superveniência sobre o que está expresso, um critério que existe com fim de atender mulheres, já que não são homens os que normalmente tem problemas com explicitudes na arena sexual.

Feministas insistem que é vital que o consentimento ocorra de forma expressa e efusiva para que seja válido. Isso é uma dupla infantilização da mulher. Primeiro, subtrai-se dela o poder de consentir de forma oblíqua, e segundo, determina-se que o sim não efusivo não tem validade. Em outras palavras, com fim de proteger e valorizar o consentimento livre e informado, é preciso decretá-lo nulo e desinformado. Se o sim foi subentendido ou não foi efusivo, a mulher é uma criança que não sabe o que está fazendo, então devemos entender isso como um não expresso com fim de protegê-la. Feministas, que se entendem hipersuficientes por serem mulheres, sem pudor decretam que mulheres são hipossuficientes por serem mulheres. 

O critério muda assim que a mulher diz não. Quando uma mulher diz não, mesmo um não pouco efusivo, quiçá um não subentendido, aí não há dúvida alguma. No momento do não a mulher, que antes era incapaz de decidir pois pode estar confusa a respeito das suas intenções e desejos, torna-se profundamente entendedora da sua vontade. Esse súbito rompante de onisciência é sinal claro para que o homem recue e não insista. Embora o sim nem sempre seja sim, o não com certeza absoluta é não. Mulheres são um milagre neurológico. A dúvida está sempre com elas durante uma afirmação, mas nunca na negação.

Respeitar e estar atento à linguagem corporal da mulher é algo extremamente relevante para feministas, já que uma série de informações é passada dessa forma. Isso é importante pois a mulher pode estar sinalizando de forma subentendida algo que difere do que está expresso. Claro que essas sutilezas só possuem validade quando o indivíduo tem que decidir por telepatia corporal que o consentimento não mais existe. Caso a mulher esteja expressamente verbalizando uma negativa, mas manda sinais de que está indecisa sobre sua negativa ou telegrafa sinais corporais que indicam um sim, isso é um evento impossível, nunca ocorre. 

Outra vez, mulheres somente são sutis e imprecisas a respeito de seu desejo quando consentem, nunca quando não consentem. Isso equivale a afirmar que não têm condições para consentir, portanto sexo com elas equivale a estupro de vulnerável. É precisamente isso que feministas querem, transformar sexo consensual entre adultos em estupro de vulnerável. Cabe à incapaz, indecisa e vulnerável mulher a tarefa de decidir se foi estuprada ou não após o ato sexual com base na sua certeza cristalina de que não estava certa do que estava fazendo no momento em que consentiu transar.

Nenhum desses duvidosos e contraditórios critérios valem para homens, obviamente. Homens nunca sinalizam com o corpo algo que não está expresso e vice-versa, portanto não é responsabilidade da mulher zelar pelos imprecisos sinais de consentimento masculino e seus estados mentais titubeantes. Quando um homem não disse nada, está claro que ele consentiu sexo. Quando ele disse sim, mesmo um sim titubeante, está claro que ele consentiu sexo. Caso ele diga não e o sexo ocorra, está claro que ele consentiu sexo, posto que o sexo ocorreu sem coação ou violência. Supondo que ele esteja na dúvida sobre fazer sexo ou não, todas as dúvidas estão dissipadas ao final do ato sexual, momento em que seu consentimento torna-se certo e irrevogável. Não poderia ser de outra forma, já que não é possível revogar o passado, desdizer o não dito ou desfazer o já feito. 

O mais importante a observar aqui é que toda essa ginástica semântica sobre o que é consentimento válido não passa de fraude, já que nada dessas regrinhas arbitrárias e infantilizadoras sobre consentimento protegem a mulher contra violência sexual. Nenhum estuprador vai deixar de violentar sua vítima porque ela disse expressamente não ou porque falhou em verbalizar um sim literal, claro e efusivo. Feministas não defendem a cultura de consentimento informado e protegido, mas sim, a cultura do arrependimento sexual feminino. 

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