Colorismo e Tribunal Racial


Gêintchy, me deu um branco agora. Revisando a história então, para os que não sabem. Cotas raciais para universidades foram inventadas pelos americanos. Nos EUA, onde o critério de seleção não é objetivo e envolve entrevista, isso faz sentido. O Einstein afro-american chega na entrevista em Ravárdi e leva cano porque o pessoal não acha que a cor da pele dele combina com as cadeiras na sala de aula. Aí não dá. Para encerrar de vez com a frescura estética dos reitores, os gringos chamaram nas cotas. Pronto, encerrou o assunto.

Brasileiro, como sabemos, é brasileiro, então importou via redes papagaiais da época o modismo gringo para aplicar em um teste objetivo que não enxerga cor, sexo, orientação sexual, idade, classe social nem qualquer outro critério discriminatório. É só marcar o xis no lugar certo na grade e tá dentro. Se está difícil para o pobre, então faz cotas sociais, que não é um critério racista e atende na maioria negros sem excluir o branco pobre, já que negros são maioria na população de baixa renda que vai ser beneficiada por cotas sociais. Mas não, tem que inventar moda, então inventaram a moda da tal dívida histórica. Isso foi um jeitinho brasileiro, também importado e devidamente abrasileirado, usado para justificar a cota para negros e burlar o raciocínio das cotas sociais em testes objetivos.

Não vou nem falar o que acho dessa tal dívida histórica, mas se você comprar essa ideia, aí acabou sua opção de selecionar por cor de pele, pois alguém sem um pingo de melanina no couro pode ser descendente de escravos, portanto é credor da tal dívida histórica tanto quanto qualquer outro negro. Há casos em que na mesma família temos um irmão que vai passar por negro e outro não, então quando o clarinho for declarado não escuro no tribunal racial ele está sendo vítima de colorismo, que nada mais é do que racismo contra descendentes de negros escravos. Entendeu agora porque não existe racismo reverso? Racismo contra descendente de negro escravo com pele clara é racismo, e com negro herdeiro de um trono em uma monarquia africana que não tem um único ancestral escravo também. Ou seja, racismo é racismo. Não tem vetor de opressão histórica. É simplesmente o ato de discriminar com base em cor de pele.

Mas brasileiro é brasileiro, então teimaram no tribunal racial para selecionar por tom de pele, um critério racista. Tribunal racial, como o próprio nome já diz, é racista por definição. É como racismo reverso. Isso não existe por definição. Racismo é racismo, independente de quem é racista com quem, onde é racista e quando. Deu branco agora? Ficou verdão? A coisa tá preta? Já beijou no escurinho do cinema? Haaa... o escurinho do cinema. Do filme nem lembro mais, mas do escurinho...

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